segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vamos colorir a vida!


A realidade é altamente maleável, flexível, moldável. Podemos construir a realidade com nossas escolhas. Alçar nossas vidas com a força de vontade que possuímos. Destruí-la, com nossa falta de visão e comodismo.

É como colorir um desenho com lápis de cor. Nem todos conseguem produzir uma arte. Muitos conseguem deixar a aparência do desenho pior do que quando em branco. Outros, porém, produzem a beleza...

O que você está fazendo agora? Você sabe o que precisa fazer para alavancar sua vida. É o tipo de conquista que a maioria só alcança à longo prazo. Faça algo de bom. De bom pra si mesmo. Mas que não seja em detrimento de outros.

Pegue esse lápis de cor. Vamos pintar esse desenho. Deixá-lo mais bonito. Não precisa ser um artista. O desenho só fica pior quando é pintado com desleixo. A dança da ponta do lápis de cor sobre o papel precisa ser harmoniosa. Assim, sua vida vai ficar mais bonita.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cabelos



Cabelos são importantes,

Sempre dizia minha mãe,

Pensando nos netos,

E no sofrimento dantes.


Pra me livrar desta sina,

Da geração de rebeldia capilar,

Continuou a se comportar,

Como se não houvesse Guanidina.


Meu filho, olha meu cabelo,

Dá despesa e trabalho arrumar,

De verão, não pode molhar,

Pois aí já vai ser mais dinheiro.


E daí?! Penso eu,

Quanto mais bagunçado melhor,

A cabeça não fica pior,

Nem o liso a alguém tira do breu...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Caduquices de um jovem visionário


Desesperado,

Por alguma ocorrência exterior que eleve o meu status.

Elogiado,

Por quem reconhece meu talento mas não o valoriza de fato.

Criticado,

Por quem tem poder de ajudar-me mas me trata como um rato.

Contemplado,

Por uma sociedade incapaz de promover sequer um ato.

Desprezado,

Por um sistema opressor, tema de críticos baratos.

Caluniado,

Por colegas que brigam pelo mesmo espaço apertado e chato.

Ludibriado,

Pelos que me convenceram a tentar atravessar o mar a nado.

Devorado,

Pelos povos sem status, aguçados de oufato, que me perseguem enquanto nado neste mar cheio de rato, lutando como mosca no prato, chato de fato, onde pulei só pra provar que se eu quiser eu me mato.

E agora que sou alvo?

Tenho que provar que, porque quero, me salvo!

No dia que conseguir,

Já serei velho, incontinente e calvo.

E pra me divertir?

Jogarei xadrez até que em um sobressalto, descobrir que minha mente não regula, fiquei burro como mula. Viverei do banheiro pra cama.

E, finalmente, pra me divertir...

Xadrez vai ser complicado, então jogarei dama.

Ô retrocesso! Ô vida insana...

domingo, 19 de setembro de 2010

Meu Fim!


Dobrei a esquina correndo. Por mais que acelerasse o pique, ouvia as pegadas batucadas atrás de mim. Virei o rosto e confirmei o que pensava. O rato, companheiro da rata que eu acabara de matar a vassouradas, ainda estava na minha cola.

Minhas pernas já estavam demasiadamente cansadas e doloridas. Eu estava exausto e sem fôlego, a ponto de me entregar a raiva daquele pequeno animal nocivo, cheio de desejo de vingança.


O rato rangia os dentes. Seus olhos estavam vermelhos. Sua expressão uma mistura de raiva e dor emocional. Emitia chiados assustadores. Eu, completamente sem forças, tombei sobre o chão de pedras lisas. O rato me alcançou. Foi o meu fim!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A descoberta do século!


Eureca! Descobri que é possível atravessar paredes. Se toda matéria é composta por átomos, e todo átomo é formado por prótons, nêutrons e elétrons, sendo que o elétron não se constitui matéria, mas, simplesmente, energia, conclui-se:

Parte do átomo – e justamente a parte exterior – é espaço vazio. Isso já quebra o conceito de que os objetos se tocam. O que chamamos de toque é, na verdade, os elétrons que envolvem um corpo expelindo os elétrons do outro corpo. O núcleo do átomo é a menor parte deles e poderia facilmente dar passagem aos átomos de outro corpo se não fosse a resistência entre os espaços vazios.

Se você desestabiliza as propriedades dos elétrons dos corpos, eles podem atravessar um o outro. Em breve revelarei uma maneira segura de desestabiliza os elétrons, já testada por mim. Fiz uma das minhas mãos passar pela outra praticamente sem nenhum empecilho. É a descoberta do século!!!

domingo, 20 de junho de 2010

Maluco do Punhal | Cap. 13

(Leia o primeiro capítulo da série: Maluco do Punhal Cap. 1)

Sua pele, pálida como frango destemperado, deixava mostrar finas veias esverdeadas nas adjacências dos olhos azuis. Era magra, mas não muito. Seus seios e quadris eram levemente proeminentes. Estava vestida como uma princesa, dentro de um vestido volumoso e comprido.

Aproximou-se da sacada e uma brisa leve balançou as pontas onduladas de seus cabelos loiros. Eram como fios de ouro, formando ondas como as do mar, como as saliências das montanhas. Uma estranha e arrebatadora beleza.

Ante que pudesse fitar o misterioso visitante, o coronel a agarrou pelo braço e, com violência, a empurrou para dentro do cômodo. A escuridão a ocultou. O forasteiro, que observava ofegante e imponente, desmaiou sobre a poça de sangue dos cães...

(Continua no décimo quarto post da série: "Maluco do Punhal | Cap.14")

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Feira aglomerada - Paraíso das sensações



(Imagem indicada por Thaise Moreira)

E vai passando entre labirintos humanos. Paredes feitas de carnes. Peles macias. Braços e pernas em constante movimento. Coxas e glúteos fartos roçando-lhe. Leves mãos bobas tirando lasquinhas de membros inferiores descobertos ali e acolá. Carinhos disfarçados pelos buracos nos tecidos que deixam as costas nuas. Cheiro de gente suada. Perfumes misturados. Mercadorias saídas das mercearias. Desvia de uma sacola para encostar propositalmente em seios instigantes. Adolescente na puberdade cortando a feira. Traquino e cheio de libido...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Maluco do Punhal | Cap. 12


(Leia o primeiro capítulo da série: O Maluco do Punhal Cap. 1)

O coronel olhou para o homem que acabara de degolar e esfaquear todos os seus estimados cachorros e viu nele algo de familiar. Franziu o sênho, forçando a visão, e reparou bem nos contornos do rosto sujo. Embora tivesse a sensação de que já o vira antes, não o reconheceu.

De um outro detalhe, porém, ele lembrou-se muito bem. Aquele punhal de lâmina reluzente, que há pouco havia visitado as entranhas de seus cães e minutos antes havia feito parte do elenco da cena que culminou na morte de seu filho – embora ainda não soubesse disso – já havia sido seu.

Ao perceber a perplexidade do coronel Abigail, o forasteiro fez questão de mostrar a bela arma molhada de sangue. Ergueu o punhal em sua direção. Os lábios finos do coronel ficaram pálidos e trêmulos. A temível autoridade recuou cambaleante. Foi quando apareceu na janela a lânguida, porém formosa, filha do coronel.

(Continua no décimo terceiro post da série: "Maluco do Punhal | Cap.13")

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Maluco do Punhal | Cap.11



(Leia o primeiro capítulo da série: O Maluco do Punhal Cap. 1)


Apenas um golpe. A ordem assumida inexplicavelmente por algumas ocorrências contribuíram para que o inacreditável desfecho da luta se tornasse possível. Os cães foram soltos simultaneamente. Tinham o mesmo porte e raça – eram feras pitbull – e estavam possuídos pela mesma sede de sangue. Os quatro chegaram ao mesmo tempo ao ponto onde a distância da vítima permitia um bote pelo ar.

O quarteto canino, como numa coreografia exaustivamente ensaiada, levantou voo primeiro erguendo as patas dianteiras. Os cães pendidos no ar formaram um semicírculo na frente do forasteiro sem nome. As gargantas na altura dos seus olhos. Ele girou a parte superior do corpo para o lado esquerdo, numa ginga de capoeirista, com o punhal na mão direita.

Quando tudo estava devidamente alinhado, o golpe perfeito. O punhal refez seu caminho, voltando da esquerda para direita, degolando completamente os animais. Acabaram-se os cachorros do coronel Abigail, que agora, da janela do cômodo superior do palacete, olhava extasiado o estranho. O dono do afiado punhal levanta o olhar para o glamoroso aposento e, fitando diretamente o coronel, pronuncia as primeiras palavras desde que chegou. “É você que eu quero ver”, vociferou, com voz grave e imponente.

(Continua no décimo segundo post da série: "Maluco do Punhal | Cap.12")

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Coice de leão



Aborígenes correndo e gritando debaixo d’água. Os leões tentando acertá-los com coices. Um coice de um leão é dez vezes mais violento que o duma mula, com o agravo das unhas afiadas que rasgam a carne como se fosse papel. O fato de estarem debaixo d’água coopera muito a favor dos negros nativos. Por muito labutarem com os violentos leões, os aborígenes aprenderam a correr para rios e lagos ao sinal dos cruéis felinos.

Da mesma forma, os leões aprenderam a lidar com os aborígenes. Bolaram uma estratégia infalível. Todos sabem que os leões vivem em grupo. Esses grupos aprenderam a se dividir na hora de atacar. Parte do bando se mostra enquanto outra parte espera debaixo d’água. A desvantagem dos leões é que eles não conseguem ficar muito tempo mergulhando. As pulgas não gostam da água e começam a mordê-los freneticamente.

Lembrem-se. Ao encontrarem um leão, nunca permitam que ele direcione as patas traseiras para você. Tomar um coice desse felino pode ser fatal...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Maluco do Punhal | Cap.10



(Leia o primeiro capítulo da série: O Maluco do Punhal Cap. 1)

Sobre uma maca, um homem abria e fechava os olhos em uma cadência hipnotizante. Enquanto Loreta, aos poucos, mais uma vez recobrava a consciência, imagens de seu irmão morto apareciam como fleches em sua mente. A imagem da enfermeira, a quem no primeiro momento pensou se tratar de um anjo celestial, dava lugar ao cenário destruído da mercearia de Zé de Piló quando Loreta fechava os olhos. Na cena, o corpo de Buzina ainda debatia-se no chão. Loreta lutava para não ver aquele filme. Tentava desesperadamente manter os olhos aberto.

Seu anjo não ajudou. Injetou em sua veia um líquido que o arrastava para o inferno. Uma substância que o deixava sonolento. Fazia suas pálpebras ficarem pesadas. “Você precisa descansar”, dizia seu anjo de jaleco branco, brigando-o a assistir, repetidas vezes, seu companheiro de traquinagens infantis com um buraco feito a bala no peito, jorrando sangue como um chafariz.

Finalmente rendeu-se ao pesadelo. Adormeceu, e em seu filme de terror, um estranho com um punhal brilhante na mão dançava ao redor do corpo inerte de Buzina. O louco armado ria, gargalhava, apontando para e ferida no peito de seu irmão. Em seguida, olhava para Loreta e dizia: “Você o matou seu idiota. Atirou no peito do próprio irmão. Poupou-me de sujar meu belo punhal com esse sangue imundo. Sangue imundo como o seu. Obrigado palhaço. Rárara...”.

(Continua no décimo primeiro post da série: "Maluco do Punhal | Cap.11")

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Maluco do Punhal | Cap. 9




(Leia o primeiro capítulo da série: Maluco do Punhal Cap. 1)

Assim que a poeira foi calmamente baixando, e a realidade por traz das partículas de areia revelando-se para o coronel Abigail, uma expressão de ódio ainda mais intensa assumiu a face deste. A cena, agora nítida, era de um homem estranho com linhas de sangue descendo pelo anti-braço. A mão erguida segurava um punhal que refletia belamente a luz do sol.

Na outra mão, pendia sem vida o corpo de um dos cães do maldoso coronel. Aos pés do homem, outros dois cachorros agonizavam enquanto esguichavam sangue, manchando o chão com um salpicado de vermelho. Sem pensar duas vezes, o temível Abigail libertou os outros quatro cães restantes. Enquanto as feras descontroladas corriam desvairadas e sedentas de sangue na direção do forasteiro com arma branca na mão, o coronel gritava: “Morre desgraçado! Agora você vai ver o que é sangrar até morrer!”.

A luta começa, desta vez, sem poeira para atrapalhar a visão. Gemidos, latidos e muito mais sangue deram o tom do show que Abigail assistia mais vibrado que nunca...

(Continua no décimo post da série: "Maluco do Punhal | Cap.10")

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lombra



Depois de dois minutos comendo batatas amontoadas de fogo vibrou a flâmula terrestre no bojo da minha língua. Ardia com impurezas frutíferas que só a natureza carnal, pecaminosa, seria capaz de produzir. Senti-me nu, mas sem pudor atravessei pelas movimentadas ruas em chamas, tudo isso com os olhos fechados.

Quando os abri, deles saiu fogo, chamas refrigerantes capazes de hipnotizar cachorros. Cobri-me com as cascas do fruto saboroso que, a cada minuto, causava-me frenesis de prazer. Não fazia frio ou calor. Escolhi a mais linda das mulheres, observei-a até uma paixão desenfreada comprimir meu coração. Dei-lhe uma das fantásticas batatas e ela começou a desenrolar a folha de alumínio que a envolvia. Foi quando comecei a sair do êxtase...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010: Um Livro em Branco



Cada ano é como um novo pedaço de vida que nos é permitido viver. Durante os 365 dias do ano de 2009, passamos por momentos felizes, comemoramos vitórias, subimos degraus, mas também fomos obrigados a passar por algumas dificuldades, amargarmos derrotas, cometermos falhas e tropeços.

No início de 2010, o perceptível clima de boas expectativas paira sobre os seres humanos. Alegria, prazer, solidariedade e outros sentimentos dão o tom da festa, mas um em especial se destaca em meio a todas essas abstrações: a esperança. Os desejos de que 2010 seja um ano repleto de conquistas e realizações não são nada latentes.

No entanto, cabe neste período especial, quando o ano novo se inicia, levando em consideração que esta segunda-feira, 4, é o primeiro dia útil do ano, fazer uma reflexão sobre o que se pode fazer para corroborar com atitudes as almejadas vitórias. O aconselho a definir metas e planejejamento de estratégias para alcançá-las. E saliento ressaltando que você deve ser determinado, mas também deve estar aberto a novas possibilidades.

Nesta segunda-feira, 4, nosso “livro novo” está praticamente em branco ainda. O Fábula Quadrada deseja que os sentimentos de confraternização e de solidariedade que tradicionalmente abrem e fecham este livro, venha também preencher seu interior, sendo uma constante na vida de todos.