sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Maluco do Punhal | Cap. 14


(Leia o primeiro capítulo da série: Maluco do Punhal Cap. 1)

A visão da bela moça o atingiu como uma bigorna que despenca do último andar de um prédio sobre um gato distraído. O forasteiro anônimo entrou num profundo estado de inconsciência, no qual passou a reviver os sentimentos que dominavam seu coração 10 anos atrás, quando a viu pela primeira vez. Quando nada mais importava em sua vida.

A doce e alegre Margarida tornou-se o motivo da sua existência. Mil maneiras de dizer o quanto a amava povoava seus pensamentos. Sempre concluía que nenhuma delas era boa o suficiente. Enquanto não encontrava a forma perfeita de declarar-se, limitava-se a observá-la disfarçadamente. Com o tempo, essa atitude foi virando obsessão. Passou a segui-la até em casa, a perseguir seu cheiro onde quer que tocasse.

A cada dia ficava mais dependente dessa contemplação. Certo dia, o acaso lhe revelou a maneira como declararia seu amor. Era tão adequada, para ele infalível, que decidiu fazê-la naquela manhã de sol. O futuro visitante obscuro da Vila das Pedras tocou no ombro de Margarida, que virou-se e desferiu uma punhalada certeira entre os pulmões. O jovem apaixonado se contraiu de dor e surpresa. Abriu a boca, da qual sairia uma declaração de amor, e o sangue jorrou abundante e contínuo...

(Continua no décimo quinto post da série: Maluco do Punhal Cap. 15)