sexta-feira, 30 de abril de 2010

Maluco do Punhal | Cap.11



(Leia o primeiro capítulo da série: O Maluco do Punhal Cap. 1)


Apenas um golpe. A ordem assumida inexplicavelmente por algumas ocorrências contribuíram para que o inacreditável desfecho da luta se tornasse possível. Os cães foram soltos simultaneamente. Tinham o mesmo porte e raça – eram feras pitbull – e estavam possuídos pela mesma sede de sangue. Os quatro chegaram ao mesmo tempo ao ponto onde a distância da vítima permitia um bote pelo ar.

O quarteto canino, como numa coreografia exaustivamente ensaiada, levantou voo primeiro erguendo as patas dianteiras. Os cães pendidos no ar formaram um semicírculo na frente do forasteiro sem nome. As gargantas na altura dos seus olhos. Ele girou a parte superior do corpo para o lado esquerdo, numa ginga de capoeirista, com o punhal na mão direita.

Quando tudo estava devidamente alinhado, o golpe perfeito. O punhal refez seu caminho, voltando da esquerda para direita, degolando completamente os animais. Acabaram-se os cachorros do coronel Abigail, que agora, da janela do cômodo superior do palacete, olhava extasiado o estranho. O dono do afiado punhal levanta o olhar para o glamoroso aposento e, fitando diretamente o coronel, pronuncia as primeiras palavras desde que chegou. “É você que eu quero ver”, vociferou, com voz grave e imponente.

(Continua no décimo segundo post da série: "Maluco do Punhal | Cap.12")

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