sexta-feira, 30 de abril de 2010

Maluco do Punhal | Cap.11



(Leia o primeiro capítulo da série: O Maluco do Punhal Cap. 1)


Apenas um golpe. A ordem assumida inexplicavelmente por algumas ocorrências contribuíram para que o inacreditável desfecho da luta se tornasse possível. Os cães foram soltos simultaneamente. Tinham o mesmo porte e raça – eram feras pitbull – e estavam possuídos pela mesma sede de sangue. Os quatro chegaram ao mesmo tempo ao ponto onde a distância da vítima permitia um bote pelo ar.

O quarteto canino, como numa coreografia exaustivamente ensaiada, levantou voo primeiro erguendo as patas dianteiras. Os cães pendidos no ar formaram um semicírculo na frente do forasteiro sem nome. As gargantas na altura dos seus olhos. Ele girou a parte superior do corpo para o lado esquerdo, numa ginga de capoeirista, com o punhal na mão direita.

Quando tudo estava devidamente alinhado, o golpe perfeito. O punhal refez seu caminho, voltando da esquerda para direita, degolando completamente os animais. Acabaram-se os cachorros do coronel Abigail, que agora, da janela do cômodo superior do palacete, olhava extasiado o estranho. O dono do afiado punhal levanta o olhar para o glamoroso aposento e, fitando diretamente o coronel, pronuncia as primeiras palavras desde que chegou. “É você que eu quero ver”, vociferou, com voz grave e imponente.

(Continua no décimo segundo post da série: "Maluco do Punhal | Cap.12")

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Coice de leão



Aborígenes correndo e gritando debaixo d’água. Os leões tentando acertá-los com coices. Um coice de um leão é dez vezes mais violento que o duma mula, com o agravo das unhas afiadas que rasgam a carne como se fosse papel. O fato de estarem debaixo d’água coopera muito a favor dos negros nativos. Por muito labutarem com os violentos leões, os aborígenes aprenderam a correr para rios e lagos ao sinal dos cruéis felinos.

Da mesma forma, os leões aprenderam a lidar com os aborígenes. Bolaram uma estratégia infalível. Todos sabem que os leões vivem em grupo. Esses grupos aprenderam a se dividir na hora de atacar. Parte do bando se mostra enquanto outra parte espera debaixo d’água. A desvantagem dos leões é que eles não conseguem ficar muito tempo mergulhando. As pulgas não gostam da água e começam a mordê-los freneticamente.

Lembrem-se. Ao encontrarem um leão, nunca permitam que ele direcione as patas traseiras para você. Tomar um coice desse felino pode ser fatal...