sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Lombra
Depois de dois minutos comendo batatas amontoadas de fogo vibrou a flâmula terrestre no bojo da minha língua. Ardia com impurezas frutíferas que só a natureza carnal, pecaminosa, seria capaz de produzir. Senti-me nu, mas sem pudor atravessei pelas movimentadas ruas em chamas, tudo isso com os olhos fechados.
Quando os abri, deles saiu fogo, chamas refrigerantes capazes de hipnotizar cachorros. Cobri-me com as cascas do fruto saboroso que, a cada minuto, causava-me frenesis de prazer. Não fazia frio ou calor. Escolhi a mais linda das mulheres, observei-a até uma paixão desenfreada comprimir meu coração. Dei-lhe uma das fantásticas batatas e ela começou a desenrolar a folha de alumínio que a envolvia. Foi quando comecei a sair do êxtase...
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