Sujo e exausto, as garrafas machucando meu corpo, consegui alcançar o primeiro tijolo. A cena de uma queda seguida de um escorregão desajeitado martelava minha mente com uma persistência dolorosa. Meus dedos doíam do tanto que eu os pressionava contra o tijolo. Pouco a pouco, um a um, fomos se aglomerando próximo daquele local. É que demorávamos muito para vencer aquela etapa e as pessoas que vinham atrás iam nos alcançando.
Uma demonstração de coragem, determinação e força de vontade inegáveis foi constatada por todos durante o percurso, mas principalmente naquele trecho mais difícil. Weslei (homônimo meu), um adolescente portador de necessidades especiais, mirou o topo da montanha, mesmo antes de começar a escalada, e definiu-o como sua meta. Suas limitações motoras não o impediram de agarrar-se aos tijolos e vencer a batalha contra as rochas. Pareciam nem existir diante da sua intrepidez.
Um dos pés devia estar apoiado no tijolo enquanto o outro tentava alcançar o seguinte. O processo devia ser feito com calma. O corpo sempre teimando em querer inclinasse para traz. Não houve tanto silêncio desde o início da investida. Até os MP3 foram interrompidos. A presença obscura de um abutre deu um tom mórbido ao ambiente. Ele estava bem acima do último tijolo. Lançando-nos um olhar furtivo. Faminto. Medonho. Olhava com uma expectativa apavorante. Como se sua próxima refeição fosse apresentar-se instantaneamente a sua frente.
Um grito. Outro grito. As tentativas de espantar o bicho eram totalmente ignoradas por ele. Fitava-nos como se caçoasse de nós. Zombeteiro e superior. Uma pedra foi lançada e a ave negra finalmente alçou vôo. Porém, não se afastou. Rodeava nossas cabeças, vigiando-nos sempre. Seu instinto parecendo muito mais consistente que nossa racionalidade. De repente, uma voz feminina quebrou o silêncio. Alguém começou a chorar desesperadamente...
Uma demonstração de coragem, determinação e força de vontade inegáveis foi constatada por todos durante o percurso, mas principalmente naquele trecho mais difícil. Weslei (homônimo meu), um adolescente portador de necessidades especiais, mirou o topo da montanha, mesmo antes de começar a escalada, e definiu-o como sua meta. Suas limitações motoras não o impediram de agarrar-se aos tijolos e vencer a batalha contra as rochas. Pareciam nem existir diante da sua intrepidez.
Um dos pés devia estar apoiado no tijolo enquanto o outro tentava alcançar o seguinte. O processo devia ser feito com calma. O corpo sempre teimando em querer inclinasse para traz. Não houve tanto silêncio desde o início da investida. Até os MP3 foram interrompidos. A presença obscura de um abutre deu um tom mórbido ao ambiente. Ele estava bem acima do último tijolo. Lançando-nos um olhar furtivo. Faminto. Medonho. Olhava com uma expectativa apavorante. Como se sua próxima refeição fosse apresentar-se instantaneamente a sua frente.
Um grito. Outro grito. As tentativas de espantar o bicho eram totalmente ignoradas por ele. Fitava-nos como se caçoasse de nós. Zombeteiro e superior. Uma pedra foi lançada e a ave negra finalmente alçou vôo. Porém, não se afastou. Rodeava nossas cabeças, vigiando-nos sempre. Seu instinto parecendo muito mais consistente que nossa racionalidade. De repente, uma voz feminina quebrou o silêncio. Alguém começou a chorar desesperadamente...
3 comentários:
Gostei do blog, Wesley. O nome é espetacular. Vou acompanhar. Abraço.
Parabéns! Vc tem um dom de transpor palavras de forma harmÔnica e poética, não é um simples escrever por escrever, quem lê sente que as palavras tem sentido, roteiro, coerência e principalmente emoção.É um dom, uma dádiva que Deus te deu, siga...desfrute...invista...porque vale a pena.
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.."
Abraços,
Parabéns Wesley!
Fico muito feliz por ver a sua habilidade com a escrita, e mais que isso com a prória literatura. Eu que amo as palavras não pude deixar de perceber os sentidos que destes pra elas através das emoções relatadas.
Que voçê alcançe os seus objetivos.
Quero ir ao lançamanto do livro.
Beijos!!!
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