quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Rumo (In)certo



Nasci por um descuido e acabei como o mais amado da prole, causador de ciúme entre os planejados. Cedo, tornei-me a personificação das voltas que o mundo dá. Responsabilidade demais para alguém sem habilidades notáveis à primeira vista. Mas não há opções para os que vivem. Todos os que colocam os pés neste mundo protagonizam uma jornada. Até quem opta pela estagnação está adotando um caminho. Esgueirei-me entre as esferas sociais, em busca de um ponto de equilíbrio entre abastados e famintos, já que os extremos sempre me transmitiram desconforto. Essa estranha patologia nunca aparece nos exames de sangue, mas habita minhas entranhas e faz cócegas no meu córtex pré-frontal. Vou ficar por aqui, aliás, vou instalar-me ali mais adiante, cercado por aquela grama mais verde, não verde vibrante como nos pastos que adornam o horizonte, mas certamente mais verde que a relva que emudece sob meus pés. 

Um comentário:

Andréa Machado - CEA disse...

Oi. Parabéns pelos textos. Só li alguns mais gostei do que li. Vou colocar no meu reader e passarei por aqui de novo. Abraços