segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Serra da Caraconha | Cap_6



O medo havia invadido os sentidos de Mara a ponto de deixá-la convencida de que não daria mais um passo. Precisava de proteção, segurança, ausência de riscos. A situação lhe proporcionava o inverso de tudo isso. Gritava. As lagrimas descendo, molhando-lhe as têmporas ainda rosadas. Sua expressão mudando a cada instante. Insegurança, tristeza, medo, desespero...


A forma como seus olhos transpareciam seus sentimentos era quase sobrenatural. Como se um auxílio sobre-humano de repente nos dotasse de poderes telepáticos. Palavras de incentivo iam atingindo-a em cheio, fazendo-a, aos poucos, desvencilhar-se dos laços do medo.


Apoiada por braços amigos, ela decidiu empregar as forças que lhe restavam para combater a rocha. Em sua mente, via esta gritando para ela:
- Daqui você não passa! - determinou a barreira de pedra.
- Ah! Vamos ver!! - desafiou Mara.


Ainda com medo, levantou as mãos e tateou a grande pedra, tentando encontrar alguma saliência. Encontrou apenas sutis irregularidades. Seus braços e pernas se movem. Os olhos se fecham. O movimento se repete. Seus olhos se abrem. Viu-se na toca da onça, de cara para um tijolo preso com cimento na rocha. Agarrou-o e o sangue voltou a circular com mais naturalidade, amenizando sua palidez.

Um comentário:

Unknown disse...

muito legal, eu estou orgulhosa pois vc é meu conterranio kkkkk