segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Felicidade Plena
Fechar os olhos e sorrir. Ser invadido por uma felicidade súbita e completa. Quem já desfrutou dessa sensação? Geralmente nos envolve a alma quando temos saciada a sede da saudade, a carência do abraço, a vontade de ser amado. Certa vez disse um desconhecido, que não escreveu nem assinou a frase, não se sabe quando ou onde: “não há sentimento mais inebriante que a êxtase da alegria”. Há muito tempo não sentia algo assim, até o instante no qual decidi simplesmente abrir os braços e, de olhos fechados, olhar para Deus.
Depois parei para analisar a experiência friamente. Não seria o prazer provocado pelo alongamento da coluna vertebral? Ou talvez a sensação de perceber a luz, aflita por agredir minhas pupilas, sendo barrada pelas pálpebras? Seria a inconsciente sensação de liberdade incitada pelo abrir dos braços? Depois de algum tempo vagueando por hipóteses inverossímeis, conclui o que o mundo inteiro tende a duvidar: a comunhão com Deus é o estado natural do homem e afastar-se do Criador é afastar-se da verdadeira alegria.
Aceite o abraço de Deus e seja feliz!
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Queremos horário de inverno!
Acho que o governador Jaques Wagner não imaginava que fazer o povo baiano acordar uma hora mais cedo iria gerar tanta reclamação. Também! Ele é carioca. Se fosse baiano faria horário de inverno. O baiano quer economizar as próprias energias. Será que é tão difícil entender?!
Ass: Paco Pé no Sa...pato
domingo, 25 de setembro de 2011
Diagnóstico
Leopoldino era menino entendido. Mexia nesse negócio de internet. Será que tinha traços grossos na cara por ter visto coisas demais para sua pouca idade? Os escritos de Platão não são pra qualquer um e deve estar deixando Leopoldino louco. Filosofia nunca fez bem a ninguém. Pelo contrário, já matou muita gente.
Acho melhor tirarmos dele os livros e a internet. Vamos também destruir os seus vinis e limitar seu contato com pessoas de QI médio ou alto. Vamos comprar um sítio para Leopoldino e ensiná-lo a arte da agricultura. Leopoldino precisa relaxar. A mente de Leopoldino precisa respirar. Precisamos e vamos ajudá-lo.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Maluco do Punhal | Cap. 14
(Leia o primeiro capítulo da série: Maluco do Punhal Cap. 1)
A doce e alegre Margarida tornou-se o motivo da sua existência. Mil maneiras de dizer o quanto a amava povoava seus pensamentos. Sempre concluía que nenhuma delas era boa o suficiente. Enquanto não encontrava a forma perfeita de declarar-se, limitava-se a observá-la disfarçadamente. Com o tempo, essa atitude foi virando obsessão. Passou a segui-la até em casa, a perseguir seu cheiro onde quer que tocasse.
A cada dia ficava mais dependente dessa contemplação. Certo dia, o acaso lhe revelou a maneira como declararia seu amor. Era tão adequada, para ele infalível, que decidiu fazê-la naquela manhã de sol. O futuro visitante obscuro da Vila das Pedras tocou no ombro de Margarida, que virou-se e desferiu uma punhalada certeira entre os pulmões. O jovem apaixonado se contraiu de dor e surpresa. Abriu a boca, da qual sairia uma declaração de amor, e o sangue jorrou abundante e contínuo...
(Continua no décimo quinto post da série: Maluco do Punhal Cap. 15)
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Indivíduo - Mundo
Vou forçar o vômito sem necessidade, vou tropeçar descalço por maldade, vou vender meu voto por R$ 5,00, vou maltratar as plantas e os animais.
Vou pagar por um espaço nas festas violentas, vou provocar os cachorros na rua, vou por pedras por onde passam velhas lentas, vou fotografar sua esposa nua.
Vou roubar as moedas do mendigo, vou atropelar os gatos distraídos, vou falar mal do Brasil pro gringo, vou chamar os órfãos de malditos.
Vou construir uma casa de laje, e jogar pedra em seu telhado de vidro, vou urinar no seu reservatório, enquanto você relaxa na hidro.
...e me enturmar nessa sociedade doentia.
terça-feira, 31 de maio de 2011
Timidez
Mas não sei como.
Queria me aproximas,
Mas não sei por onde.
Queria te dar um presente,
Mas não quero ser invasivo.
Queira te tocar,
Mas sempre estou longe.
Sonho com seu sorriso,
Um sorriso comigo, pra mim.
Mas sempre o vejo focado em outra coisa,
Em outro alguém.
Quero te olhar nos olhos,
Mas não sei como atraí-los para mim.
E se conseguisse,
Não saberia o que fazer depois.
Talvez ficasse perdido,
Eternizando aquele momento.
Mergulhado na sua beleza,
Sua imagem, meu alimento...
quarta-feira, 9 de março de 2011
Confundindo gato com onça
Ei! Moça!
Tem um gato te seguindo!
Parece que ele gosta de você.
Vixe! É onça!
Ela está te perseguindo!
Acho melhor você correr.
Ei! Onça!
Você está nos assuntando!
Não! Não tente nos morder!
Ôxe! É gato!
Nossa que felino alto!
Esse aí bota até onça pra correr!
Nossa! Que moça!
Deli deli rebolando!
Se onça te come desperdício ia ser.
Vixe! É homem!
Desses que outros comem!
Dessa vez, me enganei pra valer...
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Buracos escondem mistérios!
O discurso chato do padre Ambrósio da Lucena desempenhou um papel fundamental na minha descoberta. Possuído pelo tédio, faltando 15 minutos para o final da atividade litúrgica, comecei a bater, num ritmo acelerado, o solado do sapato no piso do templo.
A ação, bastante irritante para os que estavam próximos, assumiu, primeiro, o meu pé direito. A intensidade das batidas aumentava na mesma sintonia que minha impaciência. O som provocado por aquelas colisões insistentes começou a competir com o sermão. Parei, subitamente, assim que percebi todos aqueles olhares de repreensão fitando-me.
Mas não resisti por muito tempo. Em poucos segundos, recomecei os batuques acelerados com o pé. Desta vez, o esquerdo. Foi quando percebi que o fenômeno acústico produzido pelas batidas do pé esquerdo soava mais oco que o criado pelas primeiras. Havia um espaço vazio debaixo daquele azulejo.
Me pus de joelhos, simulando uma reza, e tentei remover a peça de cerâmica. Consegui! O que encontrei fez minha espinha congelar...
ESCREVA UM FINAL PARA ESTE CONTO. O QUE HAVIA NO BURACO?
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
O sorriso e a corrente
O primeiro vai na frente,
O último vai atrás.
O cachorro vai na corrente,
Segurando vai o rapaz.
A moça passa e sorri,
O rapaz se distrai.
O cão consegui fugir,
O menino de rua grita “ai”.
O fujão é capturado,
A moça vai embora,
O rapaz está despreocupado,
E o menino chora, chora...
O último fica atrás,
A ferida enoja o cão.
O moço o leva no colo,
E o menino fica no chão.
Um conto imaturo e tosco,
A falta de inspiração.