O tempo me arrasta para um terreno desconhecido, cada vez mais longe da saudosa infância, indiferente a todos os meus esforços para fazê-lo parar. É como se eu tentasse congelar um vídeo em execução usando um controle remoto sem baterias. O instante da transição se aproxima, cruzarei totalmente a linha que corta em duas partes iguais o caminho entre os 20 e os 30 anos. Ter 25 não é muito diferente de ter 24 ou 23, mas 26 não, 26 é o outro lado da linha. Ter 26 e ter 30 é quase a mesma coisa. Vou ensaiar uma cara amarrada no espelho, pensar num bom lugar pra esconder os brinquedinhos que preenchem os vazios da minha mesa... e dar adeus aos últimos vestígios da criança imaginativa que um dia fui. Não tem mais pra onde fugir. Amanhã, 15 de junho, vou acordar adulto!