quarta-feira, 19 de maio de 2010
Feira aglomerada - Paraíso das sensações
(Imagem indicada por Thaise Moreira)
E vai passando entre labirintos humanos. Paredes feitas de carnes. Peles macias. Braços e pernas em constante movimento. Coxas e glúteos fartos roçando-lhe. Leves mãos bobas tirando lasquinhas de membros inferiores descobertos ali e acolá. Carinhos disfarçados pelos buracos nos tecidos que deixam as costas nuas. Cheiro de gente suada. Perfumes misturados. Mercadorias saídas das mercearias. Desvia de uma sacola para encostar propositalmente em seios instigantes. Adolescente na puberdade cortando a feira. Traquino e cheio de libido...
terça-feira, 11 de maio de 2010
Maluco do Punhal | Cap. 12
(Leia o primeiro capítulo da série: O Maluco do Punhal Cap. 1)
O coronel olhou para o homem que acabara de degolar e esfaquear todos os seus estimados cachorros e viu nele algo de familiar. Franziu o sênho, forçando a visão, e reparou bem nos contornos do rosto sujo. Embora tivesse a sensação de que já o vira antes, não o reconheceu.
De um outro detalhe, porém, ele lembrou-se muito bem. Aquele punhal de lâmina reluzente, que há pouco havia visitado as entranhas de seus cães e minutos antes havia feito parte do elenco da cena que culminou na morte de seu filho – embora ainda não soubesse disso – já havia sido seu.
Ao perceber a perplexidade do coronel Abigail, o forasteiro fez questão de mostrar a bela arma molhada de sangue. Ergueu o punhal em sua direção. Os lábios finos do coronel ficaram pálidos e trêmulos. A temível autoridade recuou cambaleante. Foi quando apareceu na janela a lânguida, porém formosa, filha do coronel.
(Continua no décimo terceiro post da série: "Maluco do Punhal | Cap.13")
Assinar:
Postagens (Atom)