quinta-feira, 17 de setembro de 2009
O Maluco do Punhal | Cap. 8
(Leia o primeiro capítulo da série: O Maluco do Punhal Cap. 1)
Andar rápido pelas ruas ladeiradas do vale das pedras, para longe da confusão que se armara na praça da feira, deixou o estranho forasteiro exausto. Sua respiração estava ofegante. A impossibilidade de apoiar-se com a perna esquerda dificultava ainda mais a locomoção. Parou por um instante para recobrar o fôlego.
O barulho das batidas descontroladas de seu coração misturava-se com um ruído, inicialmente indecifrável, mas que em certo ponto revelou-se semelhante ao som de unhas firmes, como garras de uma ave de rapina, arrastando sem cadência no paralelepípado quente. O volume do som aumenta enquanto ergue a cabeça cabeluda. O barulho cessa. Seus olhos, agora, estão diante de um enorme e feroz cão. A fera, já sem as patas no chão, corta o ar em sua direção.
O impacto derruba o homem que voa com o cachorro antes de suas costas encontrarem o chão áspero. Enquanto a fera cravada as presas no anti-braço do visitante misterioso, do alto do palacete imponente os olhos do coronel Abigail brilhavam na expectativa de ver a desigual batalha sangrenta que já iniciara por traz da nuvem de poeira. Enquanto libertava mais dois de seus cães viu uma linha de sangue surgir no meio das partículas de terra seca que davam ao ar uma tonalidade marrom clara. - Que chato. Uma vítima frágil. - Balbuciou o coronel.
(Continua no nono post da série: "Maluco do Punhal | Cap. 9")
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